No passado dia 27 de janeiro assinalou-se o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto e, no dia 29, os alunos visitaram um espaço que em Portugal lembra a perseguição aos judeus e a tentativa de escapar ao regime nazi. Uma parte desses perseguidos conseguiu obter um visto de entrada em Portugal, onde chegaram como refugiados, sendo particularmente recordados neste memorial. Os vistos obtidos permitiram-lhes deixar o sul de França, onde corriam risco de vida, ser transportados em comboios selados, que não paravam em Espanha, e chegar a Vilar Formoso, "fronteira da Paz", onde respiraram aliviados, num país que não participava na guerra e onde foram acarinhados pela população local, que os acolheu e alimentou.
A sua fuga só foi possível pela ação do cônsul português em Bordéus, Aristides de Sousa Mendes, que, contrariando as ordens recebidas de Lisboa, decidiu atribuir vistos aos fugitivos, salvando milhares de vida e permitindo que delas houvesse descendência. Esses descendentes, filhos, netos e bisnetos, têm dado testemunho de gratidão ao cônsul e a Portugal, onde viveram em Lisboa, Porto, Coimbra, Figueira da Foz, Caldas da Rainha, Foz do Arelho, Ericeira, Lousa... e muitos onde locais, de onde partiram para a América, para Israel, ou, mais tarde, voltaram para os países de origem. Alguns ficaram em Portugal, onde se estabeleceram, formaram famílias, com apelidos que entraram na língua portuguesa, e adquiriram um sentimento de pertença ao espaço que os acolheu.
A visita ao museu vale a pena pelo conteúdo e também pela forma, já que a arquitetura e a museologia são notáveis e organizam-se numa expressão simbólica muito bem pensada e estruturada. |
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